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Da Folha.com
(Foto: Felipe Klamt) |
Pelo
menos três deputados federais foram flagrados em ligações suspeitas com
integrantes do esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de
fundos de pensão investigado na operação Miqueias, da Polícia Federal.
A
PF solicitou que o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da
República abram investigação para apurar a possível participação de
autoridades com foro privilegiado
Na
terça-feira (1º), a Justiça Federal decidiu remeter a operação Miqueias
ao Supremo, a quem cabe decidir se os deputados serão ou não
investigados.
Segundo a decisão da
Justiça, os deputados Waldir Maranhão (PP-MA) e Eduardo Gomes (PSDB-TO),
“dentre outros”, aparecem em conversas telefônicas com o doleiro
suspeito de comandar o esquema que movimentou R$ 300 milhões em 18
meses. A PF também pediu investigação contra o deputado federal David
Alcolumbre (DEM-AP), que admite ter falado com o doleiro apontado como
um dos chefes do esquema dentro da Câmara dos Deputados.
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TRE decide quebrar sigilo bancário de Waldir Maranhão
Além
das conversas telefônicas, a PF identificou valores lançados numa
agenda do doleiro Fayed Traboulsi que levantou a suspeita de pagamentos
de comissão. O nome do deputado Eduardo Gomes, atual secretário de
esporte de Tocantins, aparece ao lado de valores, por exemplo.
Apesar
de destacar que os deputados “em momento algum assumiram a posição de
investigados” até o momento, a PF identificou provas “que apontam para o
possível envolvimento desses parlamentares federais com os objetivos da
organização investigada”, nas palavras do desembargador Cândido
Ribeiro. Por isso, ele determinou a remessa imediata das investigações
ao STF.
A decisão do desembargador
surpreendeu tanto a PF quanto o Ministério Público Federal, que
apostavam no desmembramento da operação, ou seja, o envio apenas das
informações sobre investigados que têm foro privilegiado.
Além
dos dois deputados, há suspeita de participação de pelo menos um
governador, cujo nome é mantido sob sigilo, prefeitos e até funcionários
da Presidência da República e do Ministério da Previdência, estes já
exonerados de seus cargos.
Procurado nesta quarta (2), o deputado Waldir Maranhão não retornou às ligações da Folha.
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