A votação da proposta
que determina o piso salarial dos Agentes Comunitário de Saúde e de
Endemias foi retirada de pauta. O presidente da Câmara dos Deputados,
Henrique Eduardo Alves (PMDN-RN), anunciou que a votação do Projeto de
Lei (PL) 7.495/2006 ficará para março de 2014.
O adiamento atende
pedido do movimento municipalista feito durante a XVI Marcha a Brasília
em Defesa dos Municípios, em julho, e também nas mobilizações promovidas
no Congresso Nacional ao longo deste ano. Nestes eventos, os prefeitos,
com apoio dos secretários, deixaram clara a preocupação com a aprovação
da proposta.
De acordo com Alves, a
decisão foi tomada após uma reunião com os representantes dos agentes. A
categoria divulgou que os profissionais aceitaram a retirada do PL da
pauta, pois entendem que não há mais como votar este ano.
CNM pede avaliação do impacto
O PL 7.495/2006 prevê
uma remuneração equivalente a dois salários mínimos ou R$ 950, sem
descontos trabalhistas. O impacto financeiro desse projeto nas
prefeituras seria de R$ 3,7 bilhões por ano, alerta a Confederação
Nacional de Municípios (CNM). A entidade lamenta ainda que a proposta
não determine a fonte de financiamento – de onde sairá o dinheiro para o
pagamento dos agentes.
O presidente da CNM,
Paulo Ziulkoski, defende que haja um levantamento das implicações legais
e administrativas, e dos impactos financeiros nos Municípios. Segundo
dados do Finbra/Secretaria do Tesouro Nacional (STN), os entes
municipais são responsáveis pela maior parcela de financiamento do
Sistema único de Saúde (SUS).
Ziulkoski esclarece que
não é contrário à luta e as conquistas trabalhistas, mas pede que os
parlamentares avaliem os impactos do PL nas contas municipais. “Além de
preservarem a autonomia constitucional conferida aos Municípios em
estabelecer seus quadros de pessoal e remuneração. É necessário garantir
nas propostas que os pisos salariais não afetem a esfera pública”,
afirma o presidente da CNM.
Pauta trancada
Com o adiamento, Alves
quer que a base governista destranque a pauta de votações da Câmara. Ela
está trancada com urgência constitucional de três projetos: o marco
civil da internet; a multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) para o Minha Casa, Minha Vida e o porte de arma para agentes
penitenciários. O governo usava essa estratégia para impedir a votação
do PL dos agentes, pois ele representa despesas para a União. (Da CNM).
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