O Ministério Público Federal no Maranhão
(MPF-MA) divulgou, nesta quinta-feira (28), ação civil pública contra a empresa
Vale S.A. e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedindo medidas
de segurança na operação da Estrada de Ferro Carajás (EFC). A via passa por 23 municípios
no Estado.
Na ação, que tem base em representações
dos grupos "Missionários Comboianos do Brasil" e "Justiça nos
Trilhos", o órgão acusa as duas instituições de omissão quanto ao
oferecimento de "condições mínimas de segurança nos pontos de travessia de
pedestres".
Segundo o MPF, os municípios maranhenses
pelos quais passa a ferrovia, especialmente os povoados, vêm sendo prejudicados
pela precariedade das vias de acesso e transposição dos trilhos, que registra
alto índice de mortes por atropelamento.
Outro problema seria o hábito adotado pela
Vale de estacionar os trens por longos períodos em pontos de travessia, que
impede o trânsito de pessoas e veículos, inviabilizando atividades cotidianas
da população.
Relatório social elaborado por um
assistente social da Procuradoria da República no Maranhão (PR-MA) atesta que
há "a necessidade de serem adotados pela Vale mecanismos de proteção para
prevenir acidentes".
"O fato da ANTT concluir pela
segurança nas vias, apesar de registros de acidentes com morte e reiteradas
reclamações e notícias de fatos graves (...) pode se configurar como omissão
por parte da Agência Reguladora em questão", observa o documento.
Na ação, a procuradoria pede que a empresa
seja proibida de estacionar trens ou vagões nas proximidades de povoados e
núcleos urbanos ao longo da Estrada de Ferro Carajás e que a ANTT realize
vistorias técnicas nos locais atravessados pela referida via férrea, além de
exigir e fiscalizar a execução de medidas que visem amenizar os impactos às
comunidades afetadas.
O G1 tentou contato com a assessoria da
Vale por e-mail e telefone. Não houve retorno até a última atualização. Por
meio de nota, a ANTT informou que ainda não foi oficialmente intimada e que
deverá se manifestar em juízo.
Leia
a íntegra da nota da ANTT abaixo:
Até o presente
momento a ANTT não foi oficialmente intimada, portanto não cabe, neste momento,
manifestação sobre o assunto. A Agencia responderá em juízo quando a for
formalmente demandada pelo Poder Judiciário.
Do G1 MA
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