Promotores de justiça questionaram problemas na execução do certame
Indícios de plágio foram questionados durante reunião
Secretários de Estado receberam documento com identificação de 25 questões sob suspeita
Aconteceu na tarde desta quinta-feira, 4, na sede das Promotorias de
Justiça da Capital, uma reunião envolvendo os promotores de justiça que compõem
o Centro de Apoio Operacional da Educação (CAOp Educação) e representantes de
diversas pastas do Governo do Estado. Em discussão, questões, denunciadas ao
Ministério Público, a respeito do concurso público para professores, realizado
em dezembro de 2015, em especial sobre supostos casos de plágio em quesitos do
certame.
Um levantamento minucioso, realizado
pela equipe de pedagogas e assessoria jurídica das Promotorias de Justiça de
Defesa da Educação de São Luís, identificou pelo menos 25 questões com indícios
de plágio. Na parte comum a todos os cargos, foram consideradas sob suspeita 8
das 30 questões, o que representa aproximadamente 26% da prova aplicada a todos
os candidatos.
Também foram identificados problemas
nas provas de conhecimentos específicos nas áreas de Arte, Língua Inglesa,
Física e Geografia.
No caso da prova de Física, por
exemplo, oito das quarenta questões (20%) têm indícios de plágio.
Todo o levantamento realizado foi
entregue aos representantes do Estado e da Fundação Sousândrade, realizadora do
concurso, para análise.
O prazo para que seja
apresentado um posicionamento ao Ministério Público encerra-se no dia 15 de
fevereiro.
De acordo com o promotor Paulo
Silvestre Avelar Silva, a existência de questões copiadas de outras provas fere
os princípios da igualdade de condições entre os candidatos e da moralidade. A
partir da resposta apresentada pelo Executivo Estadual e Fundação Sousândrade,
o Ministério Público tomará as medidas cabíveis.
Também participaram da reunião os
promotores de justiça Sandra Soares de Pontes, Érica Ellen Beckman da Silva
(CAOP/Educação) e João Leonardo Pires Leal (Defesa da Probidade
Administrativa). Representando o Estado, estiveram presentes o chefe da Casa
Civil, Marcelo Tavares; o secretário estadual de Transparência e Controle,
Rodrigo Lago; o procurador-geral do estado, Rodrigo Maia Rocha, acompanhado pela
também procuradora Lorena Duailibe Carvalho; e a secretária de Estado de Gestão
e Previdência, Lilian Régia Gonçalves Guimarães e Ima Fátima de Jesus,
Secretária Adjunta de Ensino da SEDUC.
Ainda da Secretaria de Estado de
Gestão e Previdência (Segep), participaram Christiane Morais Ribeiro de Melo e
Jorge Luís de C. Nina. Da Secretaria de Estado da Educação, estiveram presentes
Ilma Fátima de Jesus (secretária adjunta de Ensino), Rosiléia da Silva Saraiva
(superintendente de Recursos Humanos) e Orlanda de Barros Pessoa Helal
(supervisora de Gestão de Pessoal Docente). Participaram ainda, representando a
Fundação Sousândrade, a coordenadora Evangelina Noronha, Emílio César Ramos e
Fernando Ribeiro.
OUTRAS DENÚNCIAS
Além da possibilidade de plágio de questões,
o Ministério Público do Maranhão recebeu diversas outras denúncias relativas ao
concurso público. Entre elas estão a violação de malotes de provas, ausência de
cotas para pessoas que se autodeclaram negros, parentesco entre candidatos e
membros da comissão de concurso, cobrança de conteúdos não especificados no
edital, falta de energia em local de provas e ausência de prova prática para os
cargos relacionados ao ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Para todas as denúncias recebidas foram
abertos procedimentos internos para verificação, sendo que vários deles
continuam em fase de investigação por parte das Promotorias de Justiça da
Educação.
"O objetivo do Ministério
Público e assegurar a transparência do concurso e evitar que qualquer
irregularidade possa macular a seleção dos candidatos, garantindo a igualdade
de condições a todos", ressaltou Paulo Avelar. O promotor lembrou,
ainda, que a realização do concurso é resultado de um Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) firmado entre o MPMA e o Estado do Maranhão.
Redação: Rodrigo Freitas (CCOM-MPMA)
Fotos: Johelton Gomes (CCOM-MPMA)
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