A Associação Brasileira
de Emissoras de Rádios e Televisão (Abert) fez um levantamento em todo o pais e
concluiu que 64 jornalistas foram agredidos em 2015 e oito foram mortos.
O Maranhão e Buriticupu é citado pela morte de dois
blogueiros no ano passado. Trata-se de Ítalo Eduardo Barros, 30 anos, de
Governador Nunes Freire, e Roberto Lano, em Buriticupu. Os dois foram vítimas
de crime de encomenda e até agora a polícia não deu respostas ao caso e nunca
mais falou sobre o assunto.
Veja abaixo postagem da
Abert
2015: um ano cruel para o jornalismo brasileiro
O Brasil ganhou um triste lugar de destaque
no ranking das nações mais perigosas do mundo para o exercício do jornalismo em
2015. Perdeu, inclusive, para países em guerra, que se apresentaram em
situações melhores. E não é para menos: três profissionais da comunicação foram
assassinados em apenas 11 dias. Organizações internacionais de monitoramento da
atividade jornalística batizaram a sequência de mortes como o novembro negro no
país.
Mas os números em 2015 são ainda mais
assustadores: no total, foram 8 mortes e 64 agressões. Somados os casos de
ameaças, intimidações, vandalismo e ataques, foram 116 registros de violações à
liberdade de expressão.
Os dados estão no Relatório ABERT sobre
Liberdade de Imprensa – 2015, lançado nesta segunda-feira (22), em Brasília.
“Foi um ano cruel para o jornalismo
brasileiro. Está ocorrendo uma inversão de valores, onde o profissional da
imprensa devidamente identificado tem se tornado alvo das agressões, seja pelos
próprios manifestantes ou, ainda mais grave, pelos policiais que têm a
obrigação constitucional de garantir a segurança desses profissionais”,
declarou Daniel Slaviero, em entrevista coletiva à imprensa.
A frequência e o aumento da violência contra
jornalistas preocupam a ABERT, que considera inaceitável que profissionais
sejam impedidos de atuar na cobertura de fatos de interesse da sociedade. De
acordo com Slaviero, 2016 preocupa ainda mais por ser ano de eleições
municipais:
“Todos os casos (de morte) que ocorreram em
2015 estavam relacionados à investigação em casos de corrupção, seja envolvendo
agentes públicos ou empresários. Então, como estamos em um ano de eleições
municipais e os veículos de comunicação fazem um papel investigativo muito
forte, é uma preocupação para a ABERT e para as outras entidades que acompanham
o trabalho jornalístico que esses números não sejam agravados. E para que isso
não ocorra, precisa haver uma ampla investigação, apuração e punição rigorosa
nesses casos para que outras pessoas que queiram ter esse tipo de atitude
contra profissionais da imprensa sejam inibidas".
A edição deste ano do Relatório ABERT está
diferente das anteriores em relação ao período de apuração. Antes, os dados
eram computados no período de outubro a outubro e apresentados durante a
Conferência da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR). A atual versão
compila os casos que aconteceram durante todo o ano, de janeiro a dezembro.
Para baixar o áudio da coletiva de imprensa
com o presidente da ABERT, Daniel Slaviero, clique aqui. Para acessar a íntegra do Relatório sobre Liberdade de
Imprensa, clique aqui.
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