Faleceu na tarde desta sexta-feira (01), o jovem personal trainer Jose Marcos Pereira 33 anos natural do Estado da Paraíba e morador de Buriticupu-MA a mais de 20 anos. Marcos foi vítima de acidente com cobra peçonhenta na noite da última quarta-feira (29), na residência onde morava no local conhecido como Casa Redonda a 20 KM da sede do município de Buriticupu no Vale do Pindaré.
Segundo relatos o acidente teria acontecido as 21 horas mais o personal só teria procurado o serviços médicos as três da madrugada. O falecimento do jovem comoveu a cidade.

Veja a baixo o depoimento de amigos.

 “A ficha ainda não caiu... em meio a sentimentos de perplexidade, profunda tristeza, e é claro uma inevitável revolta, pela perda desnecessariamente prematura de alguém tão especial, quanto o Marcos, um amigo no mais amplo sentido da definição da palavra amizade, em essência um irmão, um coração gigante, um caráter e uma honestidade que fizeram dele uma pessoa rara, única, muito querido, amado, e respeitado pelos seus amigos. 

É natural nessas horas nos indagarmos “e se?” isso, ou aquilo! O fato é que hoje não o temos mais entre nós...já se sabe que nosso amigo não procurou ajuda imediatamente após esse incidente, não sabemos porquê! O que nos leva a imaginar que ele não tinha noção da gravidade do ocorrido.

 Mesmo tendo demorado a pedir socorro, o fato é que no hospital não havia o antídoto, e não há justificativa plausível para isso! Seja onde for, em que cidade for e em qualquer que seja o estado! Devemos ter em mente que o conhecimento técnico de um profissional não pode JAMAIS suprimir o bom senso e a HUMANIDADE, principalmente na área da Saúde! São vidas que estão em jogo e uma perda dessas não pode ser justificada com estatísticas e desculpas técnicas. 

Até agora não ficou claro para ninguém e porque o mantiveram em OBSERVAÇÃO por mais de 03 (três) horas se não tinham o antídoto! Porque não o encaminharam assim que o mesmo deu entrada no Hospital Pedro Neiva de Santana de Buriticupu, se sabiam que não havia o soro antiofídico? Houve falha de comunicação, isso é inadmissível e não dá pra justificar dizendo que o mesmo demorou demais a pedir socorro, o paciente estava vivo, consciente e caminhando.

Não dá pra condenar um paciente nessas condições! Sinceramente são perguntas que jamais serão respondidas, mas quem tem um pouco de noção sabe as respostas. É triste ver algumas pessoas simplificando e tentando “mascarar” o que todo mundo sabe, na ausência do antídoto no hospital, deveriam ter dado pronto encaminhamento ou até mesmo orientado a procurar pessoas que como já se sabe possuíam o mesmo aqui na cidade. 

Dr. Werick, Lorena e Marcos
Desde quando viemos para Buriticupu em meados de 2010, nossa identificação com o Marcos foi imediata, naquele tempo a academia que havia era dele, na rua estreita, telha de brasilite, um calorão terrível, mas estávamos lá, firmes e foi em meio a essas dificuldades que descobrimos sonhos e problemas em comum. Foi aí que nossa amizade começou a ser desenhada, além da mesma nascia também uma sociedade. 

O Marcos foi a pessoa mais honesta, mais responsável, mais íntegra que conhecemos, sempre disposto a ajudar, a trabalhar e a ouvir. Um excelente filho, amigo, profissional, em suma, um ser humano ímpar! Ontem 01 de julho de 2016, infelizmente um capítulo lamentável na história de Buriticupu, enquanto as lágrimas desciam nos rostos de muitos, fogos subiam ao céu, pela comemoração de um anexo do hospital, o mesmo que não teve o soro antiofídico (QUE NÃO DEVERIA FALTAR) e que poderia ter salvado a vida do Marcos, o mesmo que não deu o pronto encaminhamento para outra cidade, ou mesmo uma orientação de alguém que pudesse ter o referido soro. 

Seria muito pequeno, idiota, e indigno do meu amigo dar qualquer conotação política desses fatos, seria minimizar e subestimar a Inteligência de todos, e quem conhecia nosso amigo sabe o quanto ele era politizado, consciente dos seus direitos e dos seus deveres como cidadão, e como todos nós que pagamos nossos impostos, ele esperava que o hospital “referência do Maranhão” pelo menos tivesse soro antiofídico.

 O mais triste e patético de tudo não é você não ser, é você se gabar daquilo que você não é. Só nos resta lamentar a perda de um grande amigo, um excelente filho, e deixarmos um abraço de solidariedade ao seu Claudio e a Dona Têca”. 
Por Dr. Werick Morais e Lorena Morais.