
Ex-secretário de Articulação Política do governo Roseana
Sarney (PMDB) e aliado fiel da oligarquia no Congresso, Hildo Rocha é declaradamente
contra eleições diretas caso Temer deixe o governo.
Tudo indica que o parlamentar segue as estratégias
lançadas por José Sarney, principal conselheiro de Michel Temer (PMDB), após
eclodirem as denúncias de corrupção contra o presidente. Sarney articula a
permanência de Temer a todo custo no cargo com vistas às eleições de 2018. Com
Temer no poder, Sarney espera contar com o aparato da máquina federal para
patrocinar a campanha de Roseana no próximo ano, já que ela não poderá mais
contar com o “apoio” do Palácio dos Leões.
Durante debate sobre a constitucionalidade da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleições diretas caso os cargos de
presidente e vice-presidente fiquem vagos nos três primeiros anos do mandato,
Hildo Rocha atacou o projeto. “Vocês estão enganando os artistas. Essa emenda é
inviável!”, bradou o maranhense em referência aos atos organizados por artistas
no Rio de Janeiro e em São Paulo que mobilizaram milhares de pessoas a favor
das “Diretas Já”.
O deputado Chico Alencar respondeu com refinada ironia:
“Eles sabem muito bem que ‘tem que ir aonde o povo está’ e que suas vozes terão
que ‘se ouvir por mais zil anos’ contra ‘ridículos tiranos’, disse o
parlamentar carioca citando versos de músicas de Milton Nascimento e Caetano
Veloso.
A contragosto de Hildo, o texto original da proposta foi
votada por unanimidade no Senado na última quarta-feira (31), mas na Câmara, a
votação da ‘PEC das Diretas’, como ficou conhecida, vem sendo barrada pela base
de Temer.
Os oposicionistas pedem a queda de Michel Temer e querem
evitar a possibilidade de o Congresso escolher um presidente interino, dando
preferência a escolha feita pelo povo.
Já Hildo Rocha e
parlamentares da base governista querem a manutenção do texto constitucional
vigente, que estabelece a realização de eleições indiretas. O motivo é simples:
com votação indireta os aliados de Temer esperam emplacar um nome do seu grupo
político e garantir a manutenção do poder. Nesse último caso, o cenário é bem
favorável para os planos políticos arquitetados por Sarney para 2018.
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