Levantamento feito pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no
Maranhão, divulgado nesta segunda-feira 10, mostra que, nos últimos seis anos,
o órgão recebeu 586 denúncias relacionadas à exploração de trabalho de crianças
e adolescentes em todo o estado.
Dentre os casos mais recorrentes estão o trabalho infantil doméstico,
trabalho em ruas e logradouros, exploração sexual comercial, trabalho com idade
inferior a 16 anos, trabalho na catação de lixo e em outras atividades penosas,
insalubres e perigosas.
Para inibir essas práticas, o órgão ministerial ajuizou 39 ações civis
públicas, acompanha o cumprimento de 141 termos de ajuste de conduta e executou
outros 79 TACs que foram desrespeitados. Atualmente, 37 casos de exploração do
trabalho infantil estão sendo investigados pelos procuradores do Trabalho que
atuam no Maranhão.
Segundo o procurador-chefe do MPT-MA, Luciano Aragão, o combate ao
trabalho infantil é meta prioritária da instituição. “A sociedade não pode ser
conivente. É preciso que todos denunciem os casos de exploração para que o MPT
possa coibir esta prática”, destaca ele.
O MPT-MA também tem atuado junto aos agentes públicos. O órgão instaurou
91 procedimentos para cobrar a implementação de políticas públicas, programas e
projetos de prevenção e combate ao trabalho infantil. Esta atuação resultou na
assinatura de 70 termos de ajuste de conduta com os municípios. Desse total, 38
estão em acompanhamento.
“Uma de nossas dificuldades no combate ao trabalho infantil reside no
fator cultural. Apesar da legislação brasileira coibir o trabalho infantil, a
sociedade ainda não assimilou esta proibição”, avalia o procurador-chefe do
MPT-MA, Luciano Aragão.
O Sistema Único de Denúncias (SUD) do MPT elaborou um ranking dos
municípios maranhenses recordistas de denúncias trabalho infanto-juvenil. Dos
95 casos cadastrados no sistema, 55 ocorreram em São Luís, 18 em Imperatriz e
cinco em Açailândia. Timon, Balsas, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu e Coelho
Neto vêm na sequência, com duas denúncias cada.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/2016), o
Maranhão ocupa a 7ª posição no ranking nacional de exploração do trabalho
infanto-juvenil. A estimativa do IBGE é que 94 mil maranhenses (de 5 a 17 anos)
trabalham.
No entanto, os dados da PNAD não consideram as crianças e adolescentes
que trabalham para o autoconsumo. Segundo o Fórum Nacional de Prevenção e
Erradicação do Trabalho Infantil (Fnpeti), se o trabalho para autoconsumo for
contemplado, sobe para 147 mil o número de crianças e adolescentes maranhenses
em situação de exploração de trabalho.
fonte atual 7
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