Os lavradores às vésperas de serem expulsos (imagem: site Questão Indígena)
O Maranhão está prestes a virar manchete nacional – e provavelmente internacional – com a expulsão de cerca de 1,2 mil famílias de lavradores das terras que ocupam há mais de 30 anos na região do município de São João do Caru.
Homens do Exército já montaram na região a operação de guerra para desalojar as famílias, num processo que a Justiça de “Desintrusão”.
Mas os posseiros não têm para onde ir, já que o Incra ainda não definiu uma  nova área para que eles sejam reassentados.
A decisão de expulsar os lavradores – que já foram chamados até de plantadores de maconha por entidades de defesa da causa indígena – foi do juiz federal Carlos Madeira, que atendeu a ação movida pela Funai.
O objetivo é aumentar a reserva para cerca de 400 índios Awá-Guajá. Curiosamente, estes índios nem são nativos da área, já que são culturalmente nômades, e vêm do Pará.
Lavrador exibe grãos em simbolismo á decisão da Justiça de dar a eles sementes, mesmo sem ter mais onde plantar
Detalhe: os títulos de posse para os lavradores foram dados pelo próprio Governo Federal.
O mais grave é que a questão, apesar de ter movimentado o Congresso Nacional nos últimos anos, tem recebido pouca ou nenhuma atenção das autoridades e da imprensa maranhenses.
Até agora, apenas o deputado federal Weverton Rocha (PDT) já tratou do assunto, e tem acompanhado a questão de preto.
O parlamentar, inclusive, já esteve ná área, reunido com as famílias de agricultores, e observando o movimento que está sendo feito pelo Exército.
Na primeira etapa da operação, as famílias serão notificadas de que precisarão deixar suas casas e plantações em um prazo de 40 dias.
Se não sair, o Exército vai tirar na marra. Os lavradores já deixaram caro que não sairão.
E tudo caminha para um desfecho traumático...