O
desembargador Froz Sobrinho, plantonista de 2º Grau do Tribunal de Justiça do
Maranhão deste fim de semana, decidiu em audiência de custódia realizada na
noite de sexta-feira (29), determinar a prisão preventiva do prefeito de Santa
Inês, José de Ribamar Costa Alves.
Ele foi preso em flagrante pela polícia
acusado de estupro contra uma jovem de 18 anos. Pelo cargo que ocupa, o
prefeito tem prerrogativa de foro privilegiado, respondendo diretamente ao
TJMA.
De
acordo com a decisão, ficaram provados, neste momento, os indícios de autoria e
materialidade da conduta delitiva do prefeito Ribamar Alves.
“Os fatos
relatados e as provas juntadas não trazem dúvida quanto à conduta delitiva do
custodiado. […] Embora o custodiado sustente que tenha havido consentimento da
vítima, os depoimentos da mesma e de uma testemunha seguem direção contrária”,
pontuou o desembargador Froz Sobrinho durante a leitura de sua decisão. Durante
a audiência, o custodiado ratificou o depoimento dado à polícia, no qual
confirmou ter tido relação sexual com a vítima.
Segundo
o magistrado, as medidas cautelares previstas no Artigo 319 do Código Penal
“são insuficientes”, visto que o crime de estupro é de “hediondez extrema”,
podendo ser efetivado não apenas com violência física, mas também moral.
O
desembargador Froz Sobrinho lembrou, ainda, juntando certidão aos autos, de
condenação criminal já existente e transitada em julgado contra o prefeito José
de Ribamar Alves, caracterizado pelo Artigo 61 da Lei de Contravenção Penal, ao
ter tentado beijar à força uma juíza de Direito da Comarca de Santa Inês.
A
prisão preventiva foi justificada, também, com o objetivo de evitar reiteração
da prática delitiva do custodiado, em face do interesse público, sendo ela
imprescindível.
A decisão seguiu o parecer do Ministério Público, representado
na audiência pela procuradora Terezinha de Jesus Anchieta.
O
prefeito Ribamar Alves foi preso na manhã de sexta-feira (29), em sua
residência na cidade de Santa Inês. Ele prestou depoimento em São Luís na
Secretaria de Segurança Pública durante toda a tarde.
PIONEIRISMO
– A audiência de custódia conduzida pelo desembargador Froz Sobrinho foi a
primeira a ser realizado no Maranhão na Justiça de 2º Grau.
O projeto, pioneiro
no Brasil, é realizado no 1º Grau desde outubro de 2014, adotado em vários
estados do país e, nesta semana, foi destaque no relatório da organização não
governamental Human Rights Watch (HRW), que já tinha classificando-o como uma
solução para que o Brasil diminua a violência no sistema prisional.
por Jorge Aragão
Já foi solto
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