Embora já tenha passado uma década, o fenômeno ocorrido na
madrugada de 13 de abril de 2006 no Rio Buriticupu ainda é um mistério.
Naquela
ocasião, durante fortes chuvas e ventos, moradores ribeirinhos e até muitos
outros moradores da cidade de Buriticupu-MA, ouviram um enorme estrondo. Segundo
depoimentos de várias testemunhas, que foram entrevistadas no dia seguinte, o
estrondo teria sido na direção Rio Buriticupu, no interior das propriedades do
médico Júlio Donizete.
Ao
amanhecer, os moradores daquelas adjacências notaram que algo estranho havia
ocorrido, pois, parte da vegetação do leito do rio havia sumido
misteriosamente, numa extensão de aproximadamente 1.800 km. Até então todo
aquele espaço era coberto por Montrichardia linifera (vegetação conhecida
popularmente por aninga, da família Araceae).
Das nascentes
do citado no município de Amarante do Maranhão, até o desaguar no rio Pindaré, totalizando
168 km, apenas esses dois quilômetros são navegáveis. O local se tornou atraente
e temeroso. Enquanto alguns dos moradores ficaram assustados, alguns até abandonando
suas moradias, outras centenas de curiosos se deslocavam para aquela região
para confirmar o que de fato havia acontecido. No entanto, até hoje, poucos são
os que se aventuram a entrar naquelas águas escuras, misteriosas e temíveis.

Na
mesma época o batalhão de bombeiros de São Luis enviou uma equipe formada por
três soldados, um cabo e um sargento, os quais realizaram pesquisas no rio para
tentar entender o evento, e esclarecer o fato ocorrido. Eles mergulharam
durante três horas em 12 pontos. Mas através de um relatório informaram apenas
a profundidade do rio que varia entre 4 a 8 metros, a confirmação da existência
de peixes e que a vegetação estava cortada numa altura uniforme de
aproximadamente 40 centímetros e que a mesma não estava no fundo do rio. Essa
vegetação é uma planta que cresce na água, em solos cobertos (ou em solos
saturados) com água, é também uma planta muito resistente e difícil de ser
arrancada. Chega a medir entre quatro e seis metros de altura, com folhas que
variam de 45 a 66 centímetros de comprimento e 35 a 63 centímetros de largura.
Por
fim, depois de 10 anos do ocorrido, e após analises de vários profissionais,
como: geólogos, biólogos, geógrafos, antropólogo, dentre outros, não se tem conclusões
definitivas sobre o caso. Dentre as possíveis causas do evento, a mais comum é
que teria sido uma forte enxurrada. Mas as imagens fotográficas feitas um mês
após a ocorrência sugerem ter sido outra causa.
Por:
Isaias Neres Aguiar, Acadêmico do curso de Licenciatura em Biologia
no IFMA, campus Buriticupu
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