A Justiça do Maranhão revogou as prisões preventivas de José Escórcio Cerqueira e de seu filho, José Escórcio de Cerqueira Filho.
Eles são acusados do homicídio do ambientalista Raimundo dos Santos Rodrigues, de 54 anos, e da tentativa de homicídio da companheira do ambientalista, Maria da Conceição Chaves Lima, crime ocorrido no dia 25 de agosto de 2015 no trajeto entre o município de Buriticupu, a 417 Km de São Luís, e a casa onde morava com a esposa, localizada na Reserva Biológica do Gurupi (Rebio), em Bom Jardim, a 275 Km da capital.

Segundo a decisão judicial, José Escórcio Cerqueira, que atualmente tem 86 anos, apresenta vários problemas de saúde e em virtude disso se faz necessária à necessidade de cuidados médicos pedindo, dessa maneira, a substituição de sua pena por medidas menos gravosas.
Em relação José Escórcio de Cerqueira Filho, a Justiça determinou que não ficaram demonstrados indícios suficientes de autoria no crime do ambientalista ainda sob investigação
.

Ainda conforme a decisão judicial, José Escórcio Cerqueira, a partir de agora, deverá ser mantido em cárcere domiciliar, situado no município de Imperatriz, sendo autorizado a sair apenas em ocasiões de atendimentos médicos, laboratoriais e hospitalares.

O descumprimento injustificado do acusado José Escórcio Cerqueira poderá acarretar em prisão preventiva determinado pela Justiça.

De acordo com a magistratura, a revogação da prisão preventiva de José Escórcio de Cerqueira Filho ocorrerá mediante a obrigação dele em comparecer perante as autoridades policial e judicial sempre que for intimado.
Além disso, José Escórcio de Cerqueira Filho está proibido de se afastar do município de Imperatriz, a 626 Km da capital, por mais de 30 dias, sem prévia autorização da Justiça.

Crime:

Raimundo foi morto em 25 de agosto de 2015 com sete tiros e golpes de facão em uma emboscada, no trajeto entre Buriticupu e a casa onde morava com a esposa, localizada na Rebio Gurupi, em Bom Jardim. O ambientalista afirmava que vinha sofrendo ameaças. Segundo ele, um fazendeiro teria ameaçado a ele e a outras dez famílias que moravam na região. "Ele estava incomodado com a Rebio para não roçar dentro da área de área biológica", disse.

Em um vídeo, Raimundo contou que o fazendeiro citado teria agido com abuso para retirar as famílias do local, incendiando casas e barracos, além de objetos dos moradores. "Nós se sente (sic) ameaçado desde que ele chegou lá, tocando fogo nos barracos. Ele queria passar com carro por cima das crianças, dos adultos", revelou.

O assassinato do ambientalista e conselheiro da Rebio do Gurupi chegou a ser denunciado à Organização dos Estados Americanos (OEA), pela organização não governamental (ONG) Justiça Global.
Do G1 MA