A Câmara Criminal do
Ministério Público Federal (MPF), por meio do Grupo de Trabalho de Crimes
Financeiros, lançou a cartilha “O MPF de Olho nas Pirâmides Financeiras: saiba
como distinguir um investimento financeiro de um golpe”. O objetivo da
publicação é informar o cidadão para que ele possa reconhecer e se proteger
contra esse tipo de golpe.
A cartilha mostra que as
pessoas têm dificuldades para identificar as pirâmides porque elas se
apresentam disfarçadas de um investimento idôneo e lucrativo, normalmente
vinculado à aquisição de um produto ou serviço. Uma das orientações é ter
cautela com ofertas que prometem ganhos por meio do crescimento contínuo de
recrutamento de novos membros, em vez de vendas.
Segundo a cartilha, muitos
golpes financeiros são camuflados em estrutura similar ao Marketing Multinível
- modelo de negócios lícitos de venda de produtos ou serviços por meio de
distribuidores -, na tentativa de captar investidores. Nessa atividade, os
agentes que promovem bens de consumo ou serviços, de forma alternativa aos
investimentos tradicionais em publicidade, são premiados com bônus.
De acordo com a coordenadora
do GT Crimes Financeiros, procuradora da República Karen Kahn, a modalidade é
considerada ilegal por vender a falsa promessa de um bom investimento,
mostrando-se apenas vantajosa enquanto atrai novos investidores. Assim que
acaba a entrada destes, o esquema, que não tem como cobrir os retornos
prometidos, entra em colapso”.
Segundo ela, quanto mais
tarde o associado entra no esquema, maiores são as chances de ele não conseguir
recuperar o investimento, pois os recursos são utilizados para pagar e atrair
outros investidores. “O consumidor deve ficar atento com a proliferação desses
esquemas por meio da internet e das redes sociais e com promessas de ganho de
muito dinheiro, sem ter que vender um produto ou serviço real”, alerta a
procuradora.
A publicação também
apresenta dicas práticas, consequências dos golpes e legislação sobre o tema.
O cidadão que quiser
denunciar casos de pirâmides financeiras precisa acessar o site do MPF da sua
região e entrar em contato por meio dos canais de atendimento ao cidadão ou
denúncia.
Casos de pirâmide – Um
exemplo recente de pirâmide financeira que atraiu investimentos de mais de um
milhão de pessoas em diversos estados do Brasil foi chamado Sistema Bom (BBOM).
A empresa se anunciava como fornecedora de rastreadores de veículos por meio de
pagamento de valor mensal. Na prática, porém, os participantes se associavam
por meio de taxa de cadastro e de adesão, que variava conforme o plano
escolhido. Em seguida, se comprometiam a trazer novos associados (por conta de
promessa de maior remuneração) e a pagar taxa mensal. O esquema foi denunciado
pelo MPF em São Paulo e em Goiás.
A atuação da empresa
Telexfree, que vendia planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP),
serviço semelhante ao Skype, também foi caraterizada como pirâmide financeira
pelo Ministério Público do Acre e denunciada à Justiça.
A empresa tinha como foco o
recrutamento de pessoas e a captação de seus recursos para futura apropriação e
desvio, sob a falsa promessa de investimentos em uma sustentável e promissora
empresa de telefonia via internet. No país inteiro, estima-se que um milhão e
meio de usuários faziam parte do negócio.
Fonte: Procuradoria-Geral da República
Secretaria de Comunicação Social
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