A duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC) vem ocorrendo desde o ano de 2012 e tem em vista aumentar a capacidade de transporte e escoamento do minério de ferro. A obra é parte do projeto S11D da empresa Vale S.A, que visa à abertura de uma nova mina no estado do Pará e a ampliação do porto de Itaqui, em São Luís (MA).

Para debater e refletir sobre os impactos gerados pela duplicação foi que a rede Justiça nos Trilhos realizou, no dia 09 de novembro de 2016, o I Seminário sobre os impactos da duplicação da Estrada de Ferro Carajás em Buriticupu. O evento reuniu cerca de 200 pessoas na Câmara de Vereadores do município e contou com mesas temáticas e grupos de debates.

O trecho de duplicação da ferrovia no município de Buriticupu (MA) já foi concluído e ocorreu em comunidades da zona rural, Centro dos Farias, Vila Labote, União, Concordia, Casa Azul e Vila Pindaré, que puderam expor no evento a realidade local após o termino das obras.

No Seminário também estiveram presentes estudantes do Instituto Federal do Maranhão e da Casa Familiar Rural de Buriticupu, além de moradores de outros municípios que também sofrem os impactos negativos da duplicação, Alto Alegre do Pindaré, Santa Inês, São Luís e Açailândia, todos localizados no estado do Maranhão.

As comunidades alertaram que depois da duplicação, os problemas já provocados pela EFC como rachaduras nas casas, barulho provocado pelo trem e acidentes tendem a aumentar e que a geração de empregos foi temporária, não satisfazendo os anseios dos moradores.

Outro problema relatado não só por moradores de Buriticupu, mas também pelos moradores de Alto alegre do Pindaré, foi que as obras de duplicação em algumas comunidades causaram o assoreamento de igarapés e rios, prejudicando a navegação em alguns pontos e dificultando a pesca.

Durante todo o Seminário os participantes ressaltaram a importância de se criar espaço como esse, para que mais pessoas possam debater os impactos gerados não só pela duplicação da EFC, mais também por toda a cadeia da mineração, para que possam se munir de informações e usá-las em suas lutas por garantia de direitos perante as violações cometidas por grandes empreendimentos.

Por Mikaell Carvalho