goo.gl/cJ9RSR | Comprar um carro novo costuma ser uma realização pessoal. No entanto, o sonho ao automóvel zero-km pode virar pesadelo se o comprador não for cauteloso. Ignorar alguns cuidados no processo de compra pode acabar em insatisfação com o veículo e até prejuízo. Saiba o que evitar antes de entrar em uma loja de carros.


1. Não saber o tipo de carro que precisa
Comprar um carro não é igual a comprar refrigerante. Cada veículo é bem diferente do outro. Se você é um jovem solteiro e que mora sozinho, é bem provável que não faça sentido comprar uma minivan. Ao mesmo tempo, se tem uma família com esposa/marido e três filhos, um hatch compacto não será a melhor opção. É necessário que você conheça exatamente suas necessidades para que possa fazer uma aquisição acertada. Além disso, você economiza tempo quando já tem um foco, pois restringe a quantidade de modelos.


2. Recusar ou ignorar o test-drive
Ir à concessionária pronto para fechar negócio por amor à primeira vista é o pior a fazer. Seja qual for o veículo escolhido, você não pode ignorar um “detalhezinho”: a dirigibilidade. E não há um padrão quanto a isso, já que um modelo pode ser fantástico para mim e terrível para você, por diversos motivos (formato do banco, posição da coluna de direção, posição do painel, entre outros). Nunca se esqueça de que você vai passar mais tempo dentro do carro do que admirando a beleza da carroceria.


3. Desconhecer a lista de equipamentos, sem saber o que vem de série e o que é opcional
É comum observarmos as propagandas de um modelo em que estamos interessados e notarmos diversos itens sofisticados – achando que a futura aquisição terá todas aquelas modernidades. Mas não é bem assim. É fundamental verificar a ficha do carro, verificando se a versão escolhida tem o equipamento que você não abre mão. Isso também ajuda a evitar que vendedores empurrem equipamentos que você não quer – forçando a compra de uma configuração mais cara.


4. Negociar o preço partindo do valor de tabela
Em momentos de baixa do mercado (como o atual), negociar um desconto é quase uma obrigação para os clientes. E, com exceções – entenda-se “carros muito bem vendidos”, como tem acontecido com Honda HR-V e Jeep Renegade, por exemplo, é possível obter abatimentos muito interessantes. Mas, para isso, não é aconselhável começar a conversa com o valor de tabela do carro, até porque a maior parte das concessionárias já tende a oferecer esses modelos por um valor um pouco menor logo de cara. Se o veículo que você deseja está tendo pouca saída no mercado, melhor ainda, pois aumentam as chances de o vendedor não querer perder negócio. Então os descontos podem ser melhores.


5. Não comparar opções de financiamento (inclusive fora da financiadora da marca)
Parcelas com taxa zero. Você já deve ter ouvido isso. E parece bom. Mas não necessariamente é uma condição interessante. Em primeiro lugar: muitas vezes, a famosa “taxa zero” é restrita a um parcelamento mais curto, de 12 meses. Ou para carros mais caros. Assim, é válido verificar todas as opções de parcelamento disponíveis, inclusive aquelas que não fazem parte da financeira da fabricante – alguns bancos oferecem crédito pré-aprovado aos correntistas para a compra de carros, uma modalidade que pode ser vantajosa de acordo com cada caso.


6. Ignorar sua capacidade mensal de pagamento
Não se coloque numa dívida que não pode pagar. É deliciosa a sensação de ter um carro novo. E se for de um patamar superior, ainda melhor. Mas você não pode comprometer amplamente sua renda para satisfazer a um capricho. Os especialistas em finanças pessoais sugerem que as dívidas mensais de qualquer pessoa não podem extrapolar a 30% dos rendimentos desse período. Leve isso em consideração quando for parcelar – por isso mesmo, talvez seja uma ideia melhor juntar uma quantia um pouco maior para dar de entrada, reduzindo o montante a ser dividido mensalmente.


7. Colocar o próprio carro como moeda de troca instantaneamente
Isso geralmente ocorre quando o cliente tem pressa para comprar o carro novo. Ou faz uma compra impulsiva. As lojas lucram com a venda dos novos e usados. E tentam ganhar dinheiro duas vezes: quando você compra um carro deles e quando vendem o seu seminovo. Por isso, as lojas tentarão comprar seu usado pelo menor valor possível. E revendê-lo pelo maior preço possível. Se você quiser obter o máximo de dinheiro com seu modelo atual, o ideal é vender para uma pessoa física por meio de classificados on-line.


8. Não saber desistir de um mau negócio
Algumas lojas, dependendo dos donos os gestores, são duros na queda. Não trabalham com descontos, não oferecem variedade de opções de pagamento e avaliam para baixo os carros usados dos clientes. Se as condições não lhe parecem favoráveis, saiba desistir. Não se deixe comover com argumentos emocionais, do tipo “os preços vão subir amanhã e você vai perder um grande negócio”. Mais vale consultar outras lojas e procurar condições que sejam mais interessantes do que se comprometer com um negócio que não lhe deixa confortável.


9. Levar em conta apenas o preço do carro
Negócio fechado, forma de pagamento combinada, não tenho mais com o que me preocupar em termos de dinheiro, certo? Errado! Existem outras despesas que devem ser levadas em conta e que variam de modelo para modelo. Algumas são obrigatórias, como o IPVA, e outras são prováveis, como um seguro e a eventual manutenção do veículo – o que inclui as revisões. As variações são grandes de carro para carro e podem ser uma grande surpresa para os proprietários. Por isso, é recomendável levantar todos esses valores quando você já tem em mente o modelo que quer comprar, de modo a não ser pego desprevenido após a compra.


10. Aceitar serviços ou acessórios que você não irá precisar
Após fechar negócio, você será assediado a partir do instante em que estiver com o cheque na mão: garantia estendida, revisões antecipadas, serviços estéticos (proteção da pintura, higienização interna) ou acessórios (borrachões para para-choque, película nos vidros, rádios). Avalie muito bem se você realmente precisa desses serviços e produtos. É normal que os compradores, no embalo da aquisição do veículo em si, sintam-se motivados a fazer uma extravagância adicional. Num primeiro momento, ela parece inofensiva, mas é bem possível que pese no bolso quando a primeira fatura vier.

Por Rodrigo Furlan
Fonte: Exame