No vídeo que mostra a delação premiada do ex-executivo da Odebrecht, José de Carvalho Filho, citando suposto envolvimento do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), em esquema de corrupção, o depoimento do empreiteiro cai em contradição e enfraquece ainda mais a acusação contra o governador.
Desde que o nome do governador foi listado entre os políticos brasileiros que tiveram pedidos de investigação abertos pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), os depoimentos apontavam que, em 2010, o então deputado federal Flávio Dino, teria recebido R$ 400 mil da construtora para a campanha eleitoral daquele ano. No entanto, no vídeo com a íntegra da delação de José de Carvalho Filho, o ex-executivo diz que foi estabelecido “o valor de R$ 200 mil para Flávio Dino”.
A incoerência entre os supostos valores que teriam beneficiado Flávio Dino aparece como mais uma contradição na acusação que pesa contra o governador.
Outras incoerências na denúncia contra Dino
O próprio Flávio Dino apresentou documento da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que desmente a denúncia.
De acordo com o delator, a empreiteira teria realizado doação ilegal à campanha de Flávio Dino em 2010, em troca de um parecer favorável ao Projeto de Lei 2279, que daria proteção a investimentos da construtora em Cuba contra perseguições dos Estados Unidos.
Entretanto, o documento apresentado por Dino certifica que não houve, por parte do então parlamentar, qualquer manifestação ou parecer com relação ao projeto.
“O governador e ex-deputado Flávio Dino não apresentou parecer ou qualquer manifestação escrita ao projeto de Lei n. 2279”, revela o documento.
Outro ponto que descredibiliza a denúncia é o fato do projeto de lei, que seria de interesse da empreiteira, nem ter sido votado pela Câmara Federal. “Não pedi nem recebi. Não atendi interesse da Odebrecht. Projeto, que não é meu, jamais foi votado. Basta ver no site da Câmara”, esclareceu Dino.
Do blog Página 2