Vila Concórdia é um assentamento
federal, cujo nome oficial é P.A. Vila União Portugal, localizado a 40 km da
sede do município de Buriticupu (MA). E como a maioria das comunidades, tem seu
acesso cortado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC).
Segundo os moradores, não se sabe ao
certo há quanto tempo o povoado existe, e ainda, se a ocupação foi realizada
antes ou após a construção da ferrovia. Atualmente 54 famílias vivem no
povoado, sendo que a maioria da população são de aproximadamente 300 crianças.
O povoado não possui saneamento básico,
sistema de coleta de lixo, escola ou posto de saúde. Para estudar, as crianças
precisam se dirigir para um povoado vizinho. A comunidade possui um poço
artesiano, financiado pelo Incra. As atividades econômicas em sua maioria
concentram-se na agricultura, pequena criação de gado e os mais jovens
trabalham em firmas terceirizadas das empresas da região ou migram para outras
regiões do país.
Conflito
O principal conflito do povoado está
relacionado a dificuldade de travessia da Estrada de Ferro Carajás, mesmo
havendo a passarela. A configuração do assentamento dividiu o povoado em de um
lado dos trilhos as moradias e do outro lado o município de Bom Jardim (MA),
onde trabalham e desenvolvem suas atividades econômicas.
Os moradores reclamam que perdem tempo para
chegar ao trabalho devido ao bloqueio pelo trem, a falta de segurança na
ferrovia é outro fator que expõe ao risco principalmente as crianças, assim
também como o atropelamento dos animais de carga, domésticos e selvagens.
Resistência
A necessidade de atravessar os trilhos
para ir ao trabalho fez com que os moradores criassem um caminho mais acessível
sobre a estrada, o qual foi fechado pela Vale em 2008, levando os moradores a
interditarem a ferrovia por algumas horas em protesto. Somente em 2010, a Vale
iniciou as obras da passarela e prometeu entregá-la em seis meses, mas houve
uma série de atrasos na obra. No final de 2011, cansados de esperar, os
moradores novamente interditaram a ferrovia exigindo celeridade nas obras. A
passarela ficou pronta em meados de 2012.
A falta de sinal de telefonia, devido a
mudança do local da torre pela Vale, deixou a comunidade sem telefonia móvel.
Os moradores realizaram o bloqueio da estrada vicinal que dá acesso ao povoado
e à EFC. A Comefec participou das negociações e estabeleceu o prazo de 10 de
junho de 2015 para o restabelecimento do sinal, a reivindicação da comunidade
foi atendida.
Reivindicações:
·
Construção de viaduto;
·
Construção de uma escola;
·
Posto de saúde;
·
Centro comunitário;
·
Centro esportivo;
·
Sistema de abastecimento de água
gratuito;
·
Financiamento para projetos de
incentivo à agricultura familiar;
·
Melhorias nas estradas de acesso ao
povoado;
Regularização fundiária do
território.Do site justiça nos trilhos
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