Por Nelson Melo
Os escritores maranhenses Antonio Noberto e Sálvio Dino, que é pai de Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, presenteiam a cidade com a divulgação do “Forte Sardinha” para a Ilha e para o mundo.  Esta fortaleza seria a mais antiga do território maranhense. Uma tela, confeccionada a pedido de Noberto e que mostra esse monumento histórico, foi exposta recentemente na Livraria e Espaço Cultural AMEI, no São Luís Shopping.

De acordo com Antonio Noberto, que é membro-fundador da Academia Ludovicense de Letras (ALL) e inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Forte Sardinha foi levantado pelos franceses aqui deixados pelo capitão Jacques Riffault, entre o fim dos anos 1500 para o início de 1600, e dava suporte a um incipiente núcleo responsável pelas ações que faziam do Brasil Setentrional acontecer, “região completamente abandonada pelos ibéricos à época”.

Noberto
O reduto gaulês, pontuou Noberto, servia como um elo entre várias localidades brasileiras, funcionando, ainda, como a “maior ligação entre a Amazônia e os portos franceses de Rouen, Dieppe, La Rochele, Saint-Malo, Cancale e Havre de Grace”. Protegido pelo Forte Sardinha, desse local, Daniel de La Touche recebeu o pedido para a criação de uma colônia francesa nas proximidades da Linha Equinocial, atual Linha do Equador. Contudo, em 1612, com a instalação da Nova França, esse reduto começou a ser esvaziado e “dando protagonismo à nascente cidade, capital da nova colônia”.

Antonio relembrou que, em meados de 1950, o historiador e professor maranhense Rubem Almeida, que morreu em 1976,mostrou para um de seus alunos, o Sálvio Dino, membro da Academia Maranhense de Letras (AML), que São Luís deveria saber onde se localizava o Forte Sardinha, que foi descoberto a partir de uma parceria com Noberto, que localizou, ainda, um importante reduto entre a Ponta d’Areia, São Francisco e Renascença, na capital maranhense. O Forte, conforme o inspetor da PRF e idealizar da “Exposição França Equinocial para sempre”, ficava no São Francisco, na elevação onde atualmente está a Praça Botafogo, “marco inicial da Rua das Paparaúbas”.

Noberto
Com base na descoberta, Noberto mandou confeccionar o quadro “São Luís antes da fundação”, pintado pelo artista plástico Antonio Povoas. Agora, a equipe busca realizar o segundo desejo de Rubem Almeida, que sonhava na construção de um monumento no referido local, a fim de mostrar à população e aos turistas que, ali, existiu o Forte Sardinha e “nele foi assinada a rendição dos franceses aos vencedores portugueses”.

Nesse clima de aniversário de São Luís, nada melhor que esta brilhante descoberta para homenagear a cidade, que possui uma história repleta de encontros e desencontros, mas que é motivo de orgulho para os seus habitantes.

Foto: Quadro “São Luís antes da fundação”, pintado pelo artista plástico Antonio Povoas.


Foto: Antonio Noberto é um pesquisador sobre a fundação e desenvolvimento de São Luís