Por Antonio Noberto
Neste dia 24 de julho de 2018 a Polícia
Rodoviária Federal (PRF) completa 90 anos de criação. A Instituição surgiu no
governo do presidente Washington Luiz, em 1928, através do Decreto nº 18.323 -
que definia as regras de trânsito à época, com a denominação inicial de
"Polícia de Estradas". O início do trabalho efetivo coube a um
personagem marcante na história da PRF, Antonio Felix Filho, o “Turquinho”,
considerado o primeiro patrulheiro, que foi chamado para organizar os “serviços
de vigilância das rodovias Rio-Petrópolis, Rio-São Paulo e União Indústria”. Em
nove décadas a Polícia expandiu rapidamente a sua atuação, tornando-se presente
em todas as unidades da federação, através de superintendências ou distritos
regionais, delegacias e unidades operacionais.
A criação da PRF no Brasil está
intimamente ligada a evolução da sociedade mundial, que, no segundo quartel do
século passado, ainda vivia à sombra de um dos momentos mais marcantes da
história, a Belle Époque (Bela Época), situado aproximadamente entre 1870 a
1914, período de ouro marcado pelo desenvolvimento artístico, científico,
intelectual e tecnológico, que legou ao mundo inúmeras inovações, a exemplo da
invenção ou popularização do avião, da fotografia, do telefone, do telégrafo
sem fio, do cinema e, especialmente, do automóvel, que em todo o mundo, exigiu
a abertura de ruas, avenidas e estradas. O rápido aumento da frota de veículos
e as primeiras ocorrências de acidentes automobilísticos demandaram a criação
de um aparato que cuidasse do patrulhamento das rodovias. Surge, assim, a
Polícia de Estradas, que tempos depois receberia o nome de Polícia Rodoviária
Federal, responsável pelo policiamento das BRs e atuação nas áreas de interesse
da União. A Instituição nonagenária brasileira nasceu no entre guerras, quando
os diferentes povos e culturas mundiais davam as mãos e celebravam a paz. A
PRF, portanto, traz no DNA os grandes anseios da humanidade, fruto da nobre e
feliz gestação, que décadas depois conferir-lhe-ia a denominação de polícia mais
cidadã do Brasil e, consequentemente, marcaria a sua missão de garantir
segurança com cidadania.
A PRF é uma polícia estruturada em
carreira única, com jurisdição sobre mais de setenta mil quilômetros de
rodovias federais em todo o país. Trabalho desenvolvido diuturnamente com
empenho, suor e dedicação por cerca de dez mil policiais rodoviários federais,
que mesmo com carência de efetivo, o que as vezes dificulta a realização
otimizada de algumas atividades atribuídas, atuam com foco no objetivo maior de
bem servir a sociedade brasileira. A Polícia Rodoviária Federal presta uma gama
de serviços, sendo especialmente o policiamento das rodovias federais,
atendimento de acidentes de trânsito, prestação de auxílio aos usuários e a
garantia do patrimônio público e privado, atribuições designadas no artigo 20
da Constituição Federal de 1988 e no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) de
1997.
Uma origem que remonta um período tão
especial, aliada a uma gestão estratégica, resulta em bons serviços prestados,
com o reconhecimento manifesto por parte da sociedade, quando em recente
pesquisa realizada, mais de oitenta por cento do universo entrevistado disseram
confiar na PRF e aprovar o seu trabalho. Este reconhecimento é o principal
propulsor que faz desta instituição policial a que mais apreende drogas no
Brasil.
Com nove décadas de existência e
presente em todas as unidades da federação, a Polícia Rodoviária Federal
carrega no gene e anuncia as boas novas de respeito, igualdade e cidadania para
todos os brasileiros e estrangeiros que trafegam nas rodovias do país. E a
esperança de um Brasil cada vez melhor.
Uma homenagem ao dia da PRF, 24 de
julho, e ao dia do policial rodoviário federal, comemorado no dia 23 de julho.
Parabéns a todos aqueles cujo maior sacerdócio é preservar vidas.
Antonio Noberto é Policial rodoviário federal,
membro-fundador da Academia de Letras de São Luís–MA (ALL) e sócio efetivo do
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM)
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