
Também
foi solicitada a contratação de perito, com conhecimento técnico especializado,
para elaborar parecer sobre o reajuste homologado pela Aneel, em reunião
pública, no dia 21 de agosto. O anúncio do aumento surpreendeu os defensores
públicos titulares do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), da DPE/MA, que
iniciaram, ainda na semana passada, discussões com a área jurídica da Cemar
para analisar o procedimento administrativo instaurado na definição do
reajuste, que atingirá 2,4 milhões de unidades consumidoras no Maranhão.
O
Nudecon apurou que assim como a Cemar, a Aneel também não cumpriu com o rito
para a aprovação de um reajuste tarifário, como dispõe a Lei 9.427/96 e a
Resolução nº 247, de 2007. Dentre as condições previstas, está a realização de
audiência pública com ampla participação popular.
“Por
esse motivo, e também pela necessidade de envolvermos a Aneel na ação,
propusemos à Defensoria Pública da União a elaboração conjunta da ACP. É
descabido que a Aneel e a Cemar possam impor ao consumidor ônus que foi fixado
unilateralmente, sem a possibilidade de ampla e concreta participação da
sociedade civil e dos órgãos de fiscalização dos direitos do consumidor”,
explicou o defensor público estadual Gustavo Leite Ferreira, informando que a
demanda foi direcionada ao defensor federal Yuri Costa, responsável pelas tutelas
coletivas na instituição.
Diante
disso, consta ainda entre os pedidos da ACP, a retomada do processo de
mobilização para a audiência pública. “É importante destacar que ano passado,
quando a Aneel aprovou aumento para as contas de energia elétrica no Maranhão,
o tema também não foi levado para discussão com a comunidade e nem tampouco com
as Defensorias Públicas, considerando suas funções basilares de promoção e
proteção dos direitos individuais e coletivos dos necessitados. Resultado: foi
suspensa por meio de Ação Popular”, afirmou Rairom Laurindo dos Santos, do
Nudecon.
Se
forem condenadas, tanto a Aneel quanto a Cemar serão obrigadas a pagar
indenização, a título de danos morais sociais, no valor de R$ 2 milhões.
“Qualquer variação no custo de energia implica na vida financeira do consumidor
que vive no Maranhão, estado com o segundo menor IDH do país. Portanto, esta é
uma causa de grande relevância para toda a sociedade, uma vez que o tema é de
interesse coletivo e não beneficiará exclusivamente os nossos assistidos”,
ressaltou o defensor público estadual Marcos Vinícius Campos Fróes.
Socorro Boaes
Assessoria de Comunicação
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