A Justiça nos Trilhos, uma organização que auxilia e assessora comunidades locais, em áreas remotas do Brasil, incluindo povos indígenas, camponeses e afrodescendentes, que examinam e vão de encontro as violações de direitos humanos e ambientais cometidos por empresas mineradoras e siderúrgicas, especialmente a multinacional Vale, receberá o prêmio Direitos Humanos e Empresas. 
A Fundação que premiará a ONG é de Genebra (Suíça) e, após o anúncio, os membros do conselho administrativo da ‘Fundação para o Prêmio Direitos Humanos e Empresas’, Christopher Avery, Regan Ralph e Valeria Scorza, relataram em um comunicado conjunto:  “Lançamos este prêmio anual para reconhecer ‘o trabalho de maior destaque realizado pelos defensores de direitos humanos, ao tratar dos impactos causados pelas empresas.’ A Justiça nos Trilhos simboliza este grupo, que há anos [10 anos] trabalha de maneira rigorosa e consciente em circunstâncias desafiadoras, sempre em estreita colaboração com as comunidades locais, cujos direitos fundamentais buscam proteger”. 
A ONG atua contra empresas mineradoras e siderúrgicas que poluem os rios, que são fonte de obtenção de água potável e sustento para aquelas comunidades; ou mesmo àquelas que poluem o ar, causando problemas respiratórios e de visão; as que contaminam o solo com descartes industriais; desalojam comunidades e exterminam a cultura e as vidas indígenas. 
Os defensores de direitos humanos da Justiça nos Trilhos e as comunidades locais com as quais trabalham têm sido alvo de vigilância e processos retaliatórios pela Vale. O prêmio será entregue à Justiça nos Trilhos no dia 27 de novembro de 2018, em Genebra, no Fórum das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos.  
O advogado da Justiça nos Trilhos, Danilo Chammas, receberá o prêmio em nome da organização. Chammas ressalta a relevância da premiação. “Nós trabalhamos para fortalecer os princípios de direitos humanos, que são a base da democracia. Penso, no entanto, que nos falta um longo caminho a percorrer. Ainda há muito a se fazer para proporcionarmos oportunidades reais de acesso à justiça àqueles cujos direitos foram violados por estas empresas”. 
Alexandra Montgomery, integra o Conselho Consultivo da fundação que indicou a Justiça nos Trilhos para o prêmio. Segundo ela, a ONG representa e defende os direitos de centenas de comunidades ao longo de 10 anos de resistência.  “As operações diárias dos projetos da Vale em Carajás têm prejudicado mais de 100 comunidades. O trabalho da Justiça nos Trilhos é feito de modo bastante sólido e organizado, acessando os mecanismos legais, pesquisando, elaborando estratégias e avaliando as suas ações atentamente. Trabalham com centros universitários e profissionais que pesquisam e analisam os dados. As suas reivindicações não são espontâneas, são baseadas nas experiências das comunidades”. 
Sobre a fundação 
A Fundação para o Prêmio Direitos Humanos e Empresas é uma fundação independente e sem fins lucrativos. Hoje seu site será lançado em sete idiomas. Para assegurar sua independência, a fundação não aceita doações provenientes de quaisquer governos ou empresas. Os membros dos conselhos administrativo e consultivo estão listados aqui
Conheça a Justiça nos Trilhos 
Estes relatórios fornecem mais informações sobre a Justiça nos Trilhos — o segundo e o terceiro incluem links para as respostas da empresa mineradora Vale às questões levantadas: BRASIL: Quanto Valem Os Direitos Humanos? Os impactos sobre os direitos humanos relacionados à indústria da mineração e da siderurgia em Açailândia. FIDH, Justiça Global e Justiça nos Trilhos, agosto de 2011. 
*Texto com informações do Site Justiça nos Trilhos/Assessoria
postado por  jornal correio