Uma emboscada ocorrida na
sexta-feira (1º) na Terra Indígena Araribóia, na região de Bom Jesus das
Selvas, entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo, no Maranhão, resultou na
morte do indígena Paulo Paulino Guajajara, também conhecido como o “Lobo Mau”,
e de um madeireiro que também morreu na troca de tiros. A informação foi
confirmada pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação
Popular.
Além da morte do
indígena Paulo Paulino Guajajara e do madeireiro, que ainda não foi
identificado, o líder indígena Laércio Souza Silva está gravemente ferido.
Laércio Guajajara já foi hospitalizado, ainda de acordo com a Secretaria de
Estado de Direitos Humanos e Participação Popular.
Ao G1, o
secretário de estado de direitos humanos e participação popular, Chico
Gonçalves, disse que já está em Imperatriz com o secretário de estado de
segurança pública, Jefferson Portela, e uma comitiva para tratar do assunto.
"Nesse momento estamos reunidos com as
tropas locais para avaliar o quadro. Nossa missão aqui é investigar o
assassinato do guardião Paulo Guajajara, o ferimento do guardião Laércio
Guajajara e a morte de um madeireiro. Desde ontem uma tropa da Polícia Militar
junto com lideranças indígenas se deslocaram ao local do conflito. Estamos
aguardando o contato deles e vamos ampliar o apoio na região. Ao mesmo tempo o
Laércio, que foi ferido, já teve o antedimento médico necessário para se
recuperar. A orientação aqui do governo é apurar a responsabilidade e
estabelecer medidas de proteção as lideranças indígenas, sobretudo aos
guardiões, que neste momento protegem a floresta, porque há duas questões em
jogo aqui: a proteção da vida das lideranças indignas nos seus territórios e a
proteção das florestas no território amazônico", disse.
A situação na Terra Indígena Araribóia já havia sido denunciada pelo grupo
indígena que acusava os madeireiros de ameaça. Segundo
os indígenas, as ameaças aumentaram após a apreensão de veículos utilizados na
extração ilegal de madeira nas terras indígenas.
A Terra Indígena
Araribóia é composta por etnias indígenas Ka’apor, Guajajaras e Awá-Guajás. As
três tribos fazem parte de um grupo chamado “Guardiões da Floresta” que é
formado com o intuito de proteger a natureza. Eles evitam invasões de madeireiros,
incêndio e durante uma ronda na terra indígena, eles encontraram acampamentos
de madeireiros e veículos usados para transportar a madeira.
Por meio de uma rede
social, o governador do Maranhão, Flávio Dino, disse que a "competência
para apurar crimes contra direitos indígenas, em face de suas terras, é
federal". Disse ainda que "desde ontem a Polícia do Maranhão está
colaborando com investigações sobre crimes na TI Arariboia".
Conflito em 2013
Em
2013, houve uma operação na terra indígena Awá de retiradas de pessoas que
viviam irregularmente dentro da área. As terras já haviam sido loteadas e
vendidas ilegalmente, muitas fazendas já haviam sido construídas na área.
Através de uma ordem da Justiça Federal, a operação foi realizada, mas pouco
tempo depois, as áreas voltaram a ser ocupadas e desmatadas.
Na época, os índios pediram ajuda e afirmaram que estavam sendo ameaçados
durante as rondas e apreensões pelas áreas. O Governo do Estado disse na
ocasião que a proteção das terras indígenas e dos índios é de responsabilidade
do Governo Federal e que o Ibama, a Funai, a Secretaria Estadual de Segurança
Pública e a Polícia Militar do Maranhão tinham sido notificados para que as
devidas providências fossem tomadas.
Por G1 MA
0 comentários:
Postar um comentário