Chegou a um desfecho
favorável a Ação Civil Pública (ACP), movida pela Defensoria estadual, contra
cinco bancos para combater ilegalidades e reparar danos a aposentados e
pensionistas que contrataram cartões de crédito com reserva de margem
consignável (RMC), acreditando terem celebrado um empréstimo consignado. Depois
de quatro anos, idas e vindas, apelações e recursos, o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) confirmou, recentemente, acórdão prolatado pelo Tribunal de
Justiça do Maranhão, o qual determinou a indenização, a título de danos morais
coletivos, no valor de R$ 100 mil, a serem pagos por cada instituição
financeira requerida.
As instituições financeiras
BMG S.A, Bonsucesso, Industrial e Panamericano foram condenadas, ainda, a
suspender a cobrança dos débitos oriundos da contratação de crédito obtidos por
meio de cartão de crédito com margem consignável, além de promover a readequação
da modalidade de empréstimo contraída.
Ficou determinado, no
voto do ministro Marco Aurélio Bellizze, relator do processo no STJ, que os
bancos se abstenham de negativar os nomes dos consumidores cujas dívidas tenham
origem em tais avenças e garantam a devolução em dobro dos valores descontados
dos contracheques indevidamente, conforme já havia sido definido pelo Juízo de
primeiro grau, acolhendo parcialmente o pedido da Defensoria.
Segundo levantamento
feito pela instituição, cerca de 900 aposentados, pensionistas e servidores
municipais, com renda de até três salários mínimos, poderão ser beneficiados
com a medida judicial.
O Banco Daycoval, também réu
no processo, foi o único a celebrar acordo com a Defensoria maranhense, ainda
em 2015, comprometendo-se a solucionar os conflitos de forma mais rápida, sem
precisar ingressar com ação judicial.
A decisão do STJ foi
considerada uma vitória para a instituição. A ação iniciou-se pelo Núcleo de
Defesa do Consumidor (Nudecon), tendo como autor o defensor público Jean Carlos
Nunes Pereira, hoje titularizado no Núcleo de Direitos Humanos. O processo
resultou das provas colhidas numa série de medidas e ações tomadas pelo Nudecon
em parceria com a Escola Superior da Defensoria Pública e o Centro Integrado de
Apoio e Prevenção à Violência contra o Idoso (Ciapvi), com o apoio do Procon e
da Secretaria Municipal de Administração (Semad).
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