A Polícia Federal descartou a hipótese de emboscada por
madeireiros e indiciou quatro pessoas pela morte do indígena Paulo Paulino Guajajara e do madeireiro
Márcio Gleik Moreira Pereira, na tarde do dia 1º de novembro de 2019 em uma região
próxima à Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. A PF não deu nomes e não
informou se os indiciados são ou não indígenas.
Na época do crime, os indígenas - como o sobrevivente Laércio Guajajara -
e a Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular no Maranhão
(Sedihpop) afirmaram que as mortes ocorreram em uma troca de tiros após uma
emboscada dos madeireiros. No entanto, essa linha de investigação foi
descartada pela Polícia Federal.
Ao final das investigações, que incluiu exames médicos
periciais, depoimento de testemunhas e declarações dos sobreviventes, a PF
afastou também hipóteses relacionadas a conflitos étnicos.
Em
nota, a PF disse que a troca de tiros ocorreu depois que indígenas furtaram e
depredaram uma moto de 'não-indígenas'.
O
resultado das investigações foi encaminhado ao Ministério Público Federal
(MPF), que disse não ter recebido ainda o inquérito da PF.
O G1 entrou
em contato com a Sedihpop e questionou a afirmação de que o caso envolvia uma
emboscada praticada pelos madeireiros, mas não obteve retorno até a última
atualização desta reportagem. Em entrevista ao G1,
Magno Guajajara, liderança indígena, afirmou nesta terça-feira (7) que acredita
no trabalho da polícia.
'Não queremos fazer
justiça com as próprias mãos, mas queremos que os envolvidos no crime sejam
punidos', afirmou.
Retirada de
emergência
Em novembro, Laércio Guajajara e outras duas
lideranças indígenas foram retiradas do local com seus familiares e colocados
sob proteção policial em endereços sigilosos. No entanto, a
Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) informou que parte do grupo,
com exceção do Olímpio Guajajara, pediu desligamento do programa de proteção.
Paulo
Paulino Guajajara, morto na troca de tiros, já estava incluído meses antes no
Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), mas não foi retirado da Terra
Indígena Arariboia antes de ser assassinado.
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