Uma breve contribuição para entendermos os motivos da derrocada do nosso estado e o que precisa ser feito para reconstrução do Maranhão

O IBGE divulgou na sexta-feira, 26 de novembro de 2021, que o Maranhão tem os piores índices do Brasil. Está em último lugar em desenvolvimento e qualidade de vida... mas não era assim em outros tempos. 

Os nossos antepassados construíram um estado próspero, uma das cinco províncias mais abastadas do país, sendo São Luís a quarta cidade brasileira, onde existia fartura de empregos para maranhenses, brasileiros e estrangeiros. 

Daí pergunto: o que eles tinham que nós não temos? Qual o segredo deles? Respondo sem medo de errar: eles não eram ideológicos, mas pragmáticos; não eram guiados pelo medo, antes se aventuravam pelo primeiro mundo, na Amazônia e a qualquer lugar onde existissem oportunidades. 

Nossos velhos não se deixavam enredar por caminhos tortuosos, pois movidos por fé e pela convicção de que navegar era preciso. Eles sabiam o real valor do conhecimento e, navegavam rumo à Europa e aos Estados Unidos em busca das últimas novidades produzidas pela Belle Époque (Bela Epoca, das grandes invenções). Já reparou que tudo chegava em primeira mão aqui no Maranhão? Cinema, energia elétrica, bonde, carro, bibliotecas, academia de letras e toda sorte de novidades. Estávamos sempre entre os primeiros.

Eles tinham rumo, tinham coragem e tinham norte. Enfrentavam a dor e os desafios dando-lhes o devido combate.

Com o passar dos tempos fomos abrindo a guarda, nos acomodando, ficando mofinos e cabisbaixos aceitando as conversinhas que chegam aos nossos ouvidos. O primeiro mundo foi ficando distante. As virtudes foram sendo marginalizadas e a mediocridade das narrativas ganhando espaço. 

Por último, maus governantes e seus grupos políticos, sem pudor, sem rumo e sem ética, cevados de ganância, foram se apoderando do estado, tal qual a bactéria devora o cadáver. As ideologias, que tanto dividem, tomaram de conta das escolas, das universidades, mídias, etc. As letras perderam espaço no parlamento, a Atenas brasileira foi marginalizada (pasme) dentro da universidade. 
Hoje o negro no Maranhão está reescravizado através das ideologias semeadas pela ganância internacional e por governos sem escrúpulos. Por fim, toda a sociedade foi escravizada pelo império das facilidades e pelas falsas narrativas. A verdade sucumbiu.

É preciso reconstruir mentes e almas para retirarmos o Maranhão da lanterna e da zona do rebaixamento.

Vai ser preciso muita fé, coragem e um grande esforço coletivo para recolocar o Maranhão e o seu povo no caminho da reconstrução e da prosperidade. E isto demandará algumas das virtudes dos nossos antepassados. A primeira será escolher o bom caminho e deitar fora aquilo que só nos atrasa.

Antonio Noberto 
Academia Ludovicense de Letras
Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão 
Academia Vargengrandense de Letras e Artes 
Luminescense Academie Française
Doutor Honoris Causa em História
Embaixador da paz