Mais de 300 mulheres da região pré-amazônica do Maranhão se beneficiam de redes colaborativas formadas com apoio do Sebrae.
Quando uma mulher se levanta, ela levanta muitas outras ao seu redor. Essa máxima, que enfatiza a força da mulher, diz muito sobre uma rede de empreendedoras atendidas pelo Sebrae, na região pré-amazônica do Maranhão.
Nas cidades de São Pedro da Água Branca, Cidelândia, Buriticupu, Bom Jesus e Açailândia, distantes em média cerca de 600 km da capital São Luís, mulheres se unem em núcleos para tecer laços e impulsionar seus negócios, formando uma grande rede de apoio, que gera oportunidades para muitas delas.
São quatro núcleos, sendo um iniciado em 2024, além do Conselho da Mulher Empresária da Associação Comercial e Industrial de Açailândia - ACIA - e outros grupos, totalizando mais de 300 mulheres, beneficiadas com suporte técnico. Cada uma dona de uma história, de muita luta e peculiaridade, que juntas escrevem páginas incríveis em suas jornadas de negócios, enxergando-se a si mesmas como parceiras e não concorrentes, embora atuem em um mercado competitivo por natureza.
“Foi através dessa rede que de fato comecei a levar as coisas mais a sério no meu empreendimento. Hoje eu sou dona da JS Cosméticos, e no Núcleo, mesmo tendo empreendedoras que atuam no mesmo segmento, a gente sempre tem o que aprender umas com as outras. Cada uma tem uma história a contar e a nos inspirar”, destacou Jordania de Sousa Machado, do município de Cidelândia.
Sentimento também partilhado pela Marlizete Pereira da Silva. Ela comenta que foi por meio do Núcleo de Mulheres que encontrou forças para tirar do papel o sonho de empreender. “Agregar conhecimento através das experiências das colegas, podemos nos sentir mais terminadas, e encorajadas, além de adquirir valores através das formações do Sebrae. Tudo isso me fez expandir e ter um aumento considerável na clientela”, comenta.
MULHER DE NEGÓCIOS
A percepção de que não estão sozinhas na jornada empreendedora é evidenciada por uma pesquisa do Sebrae. Os dados apontam que os negócios comandados por mulheres vêm crescendo no país. O número de empreendedoras chegou a 10,3 milhões em 2022, representando mais de 34% nesse cenário, porcentagem que mostra uma evolução de 2016 a 2022.
Essa participação, segundo os dados, tem crescido principalmente nos setores de serviços e comércio. No primeiro, por exemplo, as mulheres representavam, na época do estudo, 53% das donas de negócios. É o caso da Ilana Melo, da cidade de Cidelândia, que empreende no setor de produtos naturais. Ela destaca que o núcleo ajudou a melhor se posicionar no mercado.
“Eu tinha a minha atividade como uma renda extra, não com a visão de negócio. A partir do núcleo, adquiri o compromisso de evoluir e manter organizada a gestão. Sem contar, a oportunidade de participar das consultorias e cursos ofertados pelo Sebrae, que têm transformado a nossa realidade, explica Ilana Melo, empreendedora de Cidelândia.
ATENDIMENTOS
Ao compreender que, atuando em rede, elas se tornam mais fortes, as mulheres têm buscado a união com mais ênfase. Isso explica a estruturação dos núcleos na região pré-amazônica, que possibilita a ampliação do networking, além de facilitar o acesso a recursos como mentorias, cursos e palestras. E também o desenvolvimento de habilidades emocionais.
Durante o ano de 2023, o Sebrae ofertou a essa rede, cursos e consultorias individuais e coletivas de forma contínua, totalizando cerca de 1.000 atendimentos. “Recentemente realizamos uma trilha de liderança, por compreendermos que o fator emocional também é extremamente importante no sucesso dos negócios” explicou a analista do Sebrae em Açailândia, Sara Cristina.
A analista destacou ainda a realização das feiras de negócios organizadas pelos núcleos. “Trata-se de uma oportunidade de fomento da economia local, de networking e de acesso a mercado para as participantes. As ações colaborativas representam um avanço significativo no estímulo e apoio ao empreendedorismo feminino e às mulheres, na construção de negócios sólidos”, enfatiza.
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