1º de agosto de 2016 fazem exatamente 42 anos que o colono Geová Amâncio Lopes chegava à Buriticupu. Cheio de esperanças, força e muita determinação, em busca de dias melhores para ele e sua família.

Filho de José Amâncio Lopes e Josina Inácio Lopes, Geová, nasceu aos 10 de julho de 1938, na localidade Puxinanã, município de Campinas Grande-PB. Entre os oito filhos do casal, Geová é o 5º mais velho.

Tinha 15 anos, quando acompanhado dos seus pais, resolveu mudar para o Estado do Maranhão, escolhendo o município de Igarapé Grande para morar, onde permaneceu por três anos. Chegou naquele município em 1º de julho de 1953. Ali ele aprendeu as primeiras letras, e sua primeira professora foi a senhora Alaíde. Ele estudou apenas até a 4ª série do ensino primário.

Seu José Amâncio obteve boas informações sobre o município de Rosário-MA, onde havia terras boas para a agricultura. Assim, a família Amâncio mudaria novamente, mas não se adaptando naquele município, a permanência seria por pouco tempo ali, e em 1962 mudaria para o município de Bacabal. Nesse interim, o jovem Geová casou-se com Francisca Chaves Lopes, com quem teve sete filhos.

Após três anos na região do Mearim, aquela honrosa família partia para o município de Bom Jardim, onde fixaram residência. Sempre trabalhando de roça, mas com pequena perspectiva de qualidade de vida, pois não tinham a própria terra para tirar o sustento da família. O regime adotado na época era de semiescravidão, onde o trabalhador era obrigado pagar o arrendamento da terra para o fazendeiro proprietário da terra e não restava quase nada.

 No final de 1965, aquela família volta para o município de Bacabal.
Seu Geová, morando em Bacabal, ouviu falar sobre o Projeto de Colonização de Buriticupu, no qual muito lhe interessou. Dessa forma, ele resolveu de cadastrar como candidato a colono. 

Em 1º de agosto de 1974, Geová chegou com sua família em Buriticupu. Inicialmente morando nos barracões de lona localizados às margens da BR 222, próximo ao então povoado Buritizinho. No entanto, em 04 de outubro de 1974, aquela família recebe um lote de 5 alqueires e mais um lote destinado a moradia no Povoado Trilha 405.

Um dos seus maiores desejos era conquistar um pedaço de chão para cultivá-lo. Assim, embora as propriedades daquela região não oferecessem todas as condições para uma boa produção, como por exemplo, havia escassez de água, ele passou a produzir em larga escala e manualmente: arroz, milho, feijão e mandioca.

 Teve anos em que Geová e sua família produzirem 1980 sacas de milho. Superando todos os demais agricultores da região. Com isso, Geová arranjou condições, e passou a comprar vários lotes de terras, adjacentes as suas.

Geová ficou bastante conhecido, com fortes influências na sua igreja, pois era dirigente de comunidade eclesiais de bases. Durante a primeira eleição.

Municipal de Buriticupu, Geová lança seu nome como candidato a vereador pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fez uma campanha andando de casa em casa, especialmente no povoado onde residia, no entanto não logrou êxito naquela ocasião.

Atualmente, aos 78 anos, vive doente de coluna numa cadeira de roda. Porém, sabe contar a sua história e a do município. Conta com riqueza de detalhe e com muita emoção os momentos históricos mais importantes desse jovem município de Buriticupu.

Por Isaias Neres Aguiar